Situação do cadastro no REDOME durante a pandemia

Solidariedade. Este é o sentimento que move uma pessoa até o hemocentro durante uma pandemia global com o objetivo de ajudar o próximo. O cadastro no REDOME, assim como a doação de sangue, são atividades que passaram por redução, mas não pararam nos hemocentros do Brasil durante os últimos meses. Para que isso fosse possível, além do trabalho dos profissionais de saúde, protocolos de higiene e cuidado com o doador tiveram que ser alterados.

Jhonatah Gabriel, de 23 anos, superou seus receios de contaminação por coronavírus e foi até o Hemocentro de Minas Gerais (Hemominas) para doação de plaquetas e cadastro no REDOME, em abril. Ele conta que já era doador se sangue desde janeiro e acabou buscando informações sobre outras doações que poderia fazer. “Tive um pouco de receio sobre a doação de medula e fui me informar sobre o assunto. Em abril, quando fui doar plaquetas, conversei no hemocentro sobre o tema e resolvi me cadastrar. Já que tenho uma boa saúde, posso contribuir um pouco mais”, conta o doador.

De acordo com os hemocentros que realizam cadastro para o REDOME, a redução na procura para se tornar um voluntário a doador foi em torno de 30%. Os que ainda procuram com interesse no cadastro são doadores de sangue e pessoas com familiares ou amigos que precisam do transplante. Como motivo de queda, os hemocentros avaliam que a falta de campanhas e a diminuição na mobilização de Ongs e projetos, que levam grupos para realizar o cadastro, podem ter relação com a redução, já que estas ações pararam para evitar aglomerações.

Outro motivo que influencia diretamente na redução de cadastros é o medo da contaminação por coronavírus ao sair de casa. A gerente de captação do Hemocentro de Ribeirão Preto, Miriam Mendes, informou que os protocolos foram alterados para visar o distanciamento e a segurança, por isso, é feita a acomodação por distanciamento seguro, aferição da temperatura, obrigatoriedade no uso de máscaras e fornecimento de álcool em gel por todas as áreas do prédio. “Nas orientações sobre o cadastro é falado que não há perigo de contaminação por coronavírus na coleta do tubo”, explica Miriam.

O doador cadastrado recentemente, Jhonatah, conta que teve receio de se contaminar por coronavírus, mas que a sensação de ajudar o próximo e os cuidados do hemocentro, o ajudou. “Eu tomo meus cuidados necessários e sair para contribuir com a saúde do próximo se tornou um compromisso. Fiquei um pouco receoso, mas realmente a solidariedade fala mais alto em tempos tão difíceis. Devemos parar de pensar só em nós mesmos e pensar no próximo. O atendimento do hemocentro foi excelente no procedimento do cadastro e todas as minhas dúvidas foram explicadas”, conta Jhonatah.

A conscientização e a adaptação ao “novo normal” são de grande importância para passar segurança ao doador e fazer com que os cadastros não fiquem reduzidos por muito tempo. O Hemocentro da Bahia (Hemoba) vem trabalhando publicações em suas redes sociais sobre cuidados para prevenção da Covid-19 e informações para sensibilizar o doador. Para o próximo mês, o hemocentro irá realizar uma campanha de cadastro de novos doadores no formato “drive thru”, em parceria com uma universidade da Bahia.

“Estamos fazendo divulgações nas redes sociais e de release para mídia com o objetivo de mobilizar a sociedade sobre a importância de continuidade do cadastro para doador de medula. Entendemos a necessidade de nos protegermos neste momento, mas também há necessidade de continuarmos nosso trabalho, ofertando possibilidade de esperança para quem busca por um potencial doador. Já estamos com demandas de campanhas para execução e coleta de grupos no hemocentro”, explica Iara Matos, coordenadora geral de coleta e captação do Hemoba.

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