O Transplante para o Paciente

Transplante de Medula Óssea

O transplante de medula óssea consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula.

O transplante pode ser autogênico ou alogênico. No caso dos autogênicos, a medula provém do próprio paciente. O alogênico é feito a partir de células precursoras de medula óssea obtidas de doador. A escolha entre o transplante autogênico ou alogênico é baseada no tipo de câncer, na idade, no estado geral do paciente e na disponibilidade de um doador compatível.

Depois de se submeter a um tratamento que destrói a própria medula, o paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Essa nova medula é rica em células chamadas progenitoras, que, uma vez na corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem. Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a infecções e hemorragias. Isso acontece por duas a três semanas e cuidados com a dieta, limpeza e esforços físicos são necessários.

O paciente precisa ficar internado e, apesar de todos os cuidados, os episódios de febre são frequentes. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial, sendo necessário, em alguns casos, o comparecimento diário ao hospital.

Principais doenças que podem ser tratadas com o Transplante de Medula Óssea

Sintomas: dor nos ossos e articulações, fadiga, pequenas manchas avermelhadas (petéquias) ou roxas (equimoses) pelo corpo, dor de cabeça, náusea, sangramento nasal e na gengiva, palidez, vômito, visão dupla, entre outros.
A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), que passam a se reproduzir de forma e velocidade desordenadas, prejudicando suas funções de defender o organismo e produzir outras células sanguíneas. Geralmente é de origem não conhecida, mas em alguns casos relaciona-se com alterações genéticas.
Os glóbulos brancos normais se dividem em linfócitos (responsáveis pela produção dos anticorpos e imunidade humoral/celular) e granulócitos/monócitos (responsáveis pela defesa primária contra os agentes microbianos – bactérias, vírus, fungos).
Há subdivisões para a doença: Leucemia aguda ou crônica, linfoide ou mieloide. A leucemia linfoide se origina do tecido linfoide e ocorre mais em crianças. Este tipo de leucemia se divide em dois grandes grupos imunológicos: origem B ou origem T, sendo estas últimas mais graves. Já a leucemia mieloide, também chamada de não linfoide, se origina dos granulócitos/monócitos e é mais comum em adultos.
No caso da Leucemia aguda, os glóbulos brancos não amadurecem o suficiente, permanecendo no estágio de células blásticas (jovens). Isso impede que outras células do sangue sejam produzidas, pois as blásticas se acumulam na medula óssea, local da formação sanguínea. O número de leucócitos passa a ser maior que o normal, o que impede que a medula produza plaquetas, causando hemorragias (sangramentos nasais são os mais comuns); glóbulos vermelhos, o que causa anemia; e excesso de glóbulos brancos, que acabam não desempenhando sua função como deveriam porque se tornam células anormais e deixam a pessoa suscetível a infecções.


Sintomas: dor de cabeça, tontura, náusea, respiração irregular, manchas na pele, fadiga, palidez anormal, sangramento nasal e febre.
Ocorre quando a medula óssea produz muito pouco das três células sanguíneas (leucócitos, hemácias e plaquetas). O paciente pode desenvolver anemia aplástica por uma doença anterior, como a hepatite, com a ingestão de certos medicamentos (antibióticos, analgésicos, antiinflamatórios e anticonvulsionantes), exposição a algumas toxinas e metais pesados, exposição à radiação ou até mesmo por condições hereditárias.
O tratamento varia com a idade, estado de saúde, histórico médico, extensão da doença e tolerância à exposição de medicamentos específicos. Pode ser feito por meio de transfusão sanguínea, terapia com hormônio e transplante de medula óssea.


Sintomas: extrema fadiga e infecções frequentes, sangramento nasal e manchas na pele.
Esta anemia se revela antes dos 12 anos de idade. Ao nascer, a criança mostra claramente os sintomas: anormalidade nos braços, dedos e esqueleto, descoloração da pele, cabeça e olhos pequenos, retardo mental, dificuldades gastrintestinais e defeito no tecido que separa as câmaras do coração. É uma doença hereditária e ocorre em homens e mulheres. Pode afetar todos os sistemas do corpo. Os pacientes podem desenvolver leucemia mieloide aguda, e as crianças mais velhas podem desenvolver também câncer no cérebro, pescoço e gastrointestinal. Muitos pacientes nem atingem a idade adulta.


Sintomas: Os sintomas mais frequentes são os secundários à anemia como dor de cabeça, tontura, náusea, respiração irregular, manchas na pele, fadiga, palidez anormal. Podem apresentar ainda sangramento nasal e febre.
São decorrentes dos erros na produção de células diferenciadas (glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas). É comum que o paciente apresente hemorragias e infecções e precise de reposição de ferro e vitaminas do complexo B, além da necessidade de transfusão de sangue. Ocorre mais comumente em adultos com mais de 70 anos e alguns casos evoluem para leucemia. O tratamento varia de acordo com o subtipo da doença e a condição do paciente. Nos casos mais graves, o tratamento mais indicado é o transplante de medula óssea.


Sintomas: cansaço, mal estar geral, provocado pelo aumento da pressão, dores ósseas, fraturas espontâneas, hemorragias, infecções e anemia.
É uma alteração de células do sistema imune que provoca disfunção na resposta imunológica, produzindo anticorpos defeituosos, sem atividade. O tratamento inclui quimioterapia e transplante de medula óssea.


São raros e aparecem como nódulos indolores, mas podem provocar hemorragia interna. Quando se espalham para o corpo (metástase), são difíceis de serem controlados. O tratamento inclui quimioterapia e também, em casos selecionados, o transplante de medula óssea.


Sintomas: desequilíbrio, movimentação rápida e descontrolada dos olhos, espasmos, diarreia severa e pressão alta.
Ocorrem durante o desenvolvimento embrionário e podem se localizar desde o cérebro até a medula espinhal/coluna vertebral, incluindo o abdômen. São provocados por disfunção de células. Poucas crianças sobrevivem ao tratamento de quimioterapia e existem casos selecionados que se beneficiam com o transplante de medula óssea.


Sintomas: adenomegalias e febre; dor de cabeça, tontura, náusea, respiração irregular, manchas na pele, fadiga, palidez anormal, sangramento nasal.
São cânceres do sistema linfático, um sistema de gânglios do organismo responsável pelo armazenamento dos glóbulos brancos, que só são liberados quando uma infecção atinge o lugar onde esses ficam. Podem ser de dois tipos: os de Hodgkin (ocorrem em adolescentes e adultos jovens e apresentam chances de cura) e os não-Hodgkin (ocorrem em adultos e se espalham de maneira desordenada pelo organismo, o que impede que o tratamento seja eficaz). Os fatores que causam este linfoma são desconhecidos, mas acredita-se que a AIDS, medicamentos que evitam rejeição de transplante de órgãos (imunossupressores) e produtos químicos causam a doença. O tratamento é a quimioterapia / radioterapia e o transplante de medula óssea.


Sintomas: relacionados à anemia como dor de cabeça, tontura, náusea, respiração irregular, manchas na pele, fadiga, palidez anormal; dores ósseas, crises álgicas, icterícia.
Doenças genéticas decorrentes de anormalidade na estrutura ou produção de hemoglobina (substância dos glóbulos vermelhos, responsável pelo transporte de oxigênio).
A anemia falciforme é o defeito mais frequente entre as hemoglobinopatias, sendo um distúrbio hemolítico intenso, caracterizado pela tendência das hemácias a adquirirem uma forma anormal (forma de “foice”) sob condições de baixa tensão de oxigênio. Afeta crianças e se desenvolve com uma destruição generalizada dos glóbulos vermelhos anormais no sangue, comprometendo as funções de órgãos e tecidos (rins, fígado, sistema nervoso e sistema imune). Os pacientes costumam apresentar anemia já na infância (níveis de hemoglobina de 6 a 10 g/dL), atraso de crescimento, esplenomegalia e infecções repetidas. As crises também ocorrem em pacientes maiores, e decorrem da obstrução vascular e de infartos dolorosos em vários tecidos, incluindo ossos, músculos, baço e pulmões.
Há também as Talassemias, frequentes em descendentes de grupos originários do Mediterrâneo (espanhóis, italianos etc). Apresenta sintomas no início da infância, incluindo hepatoesplenomegalia (aumento do baço e fígado) crescente, icterícia discreta e alterações ósseas acentuadas. Isso resulta em “facies típico”, com proeminência da testa, queixo e maxilar superior. O crescimento e o desenvolvimento físicos podem ser prejudicados. O adelgaçamento do córtex ósseo pode resultar em fraturas. A concentração de hemoglobina cai para níveis muito baixos nos pacientes que não recebem transfusões de sangue.


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