WMDD 2025: REDOME destaca papel dos laboratórios como Heróis da Esperança

Seguindo o cronograma de ações do Dia Mundial do Doador de Medula Óssea (World Marrow Donor Day – WMDD), que este ano traz o tema “Heróis da Esperança” (Hope Hero), o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) homenageia nesta segunda-feira, dia 15 de setembro, os laboratórios. Tanto o Registro quanto a campanha mundial reconhecem a importância e o legado dos laboratórios de histocompatibilidade (HLA) e os fabricantes e desenvolvedores de terapias celulares e genéticas, que desempenham papel fundamental no sucesso dos transplantes.

Entre esses heróis estão os laboratórios que garantem a qualidade e a confiabilidade das informações genéticas do REDOME, um dos maiores registros do mundo.

Para o biomédico Rafael Formenton Cita, diretor técnico e coordenador de Imunologia dos Transplantes – HLA, do Hospital de Amor de Barretos, essa responsabilidade é estratégica. “O REDOME é, essencialmente, um banco de dados. A qualidade desse banco depende da qualidade do trabalho feito pelos laboratórios de HLA. Um resultado impreciso pode comprometer um transplante. O laboratório é o elo entre o doador voluntário, que doa por generosidade, e o paciente que aguarda a chance de um transplante. Nossa responsabilidade é garantir que essa conexão seja feita de forma ágil e segura, sem falhas ou atrasos”, conta Cita.

O laboratório do Hospital de Amor atua desde 2006 no cadastro e tipificação de doadores e acompanhou a evolução tecnológica das últimas duas décadas. “No início, trabalhávamos com técnicas de baixa resolução, que eram as disponíveis na época. Em 2013, validamos o sequenciamento de Sanger; em 2015, passamos a usar a tecnologia de NGS de 2ª geração; e, mais recentemente, em 2022, trouxemos a 3ª geração (Long Reads). Cada etapa trouxe mais precisão e confiabilidade, aumentando as chances de encontrar doadores compatíveis”, explica Cita.

Já o laboratório de histocompatibilidade e criopreservação do Núcleo Tecnológico em Reparo Tecidual e Histocompatibilidade (TIXUS), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), é um dos primeiros na história do REDOME. “O laboratório foi criado em 1994, nos engajamos desde a inauguração e iniciamos a captação de doadores voluntários para a criação do registro. Nós nos engajamos também na realização de campanhas para estimular a doação a partir da criação do REDOME”, relembra Luís Cristóvão Porto, coordenador do laboratório.

“Logo nos primeiros anos do REDOME, tivemos um grande número de novos doadores cadastrados. Em um dos anos, chegamos a realizar mais de 10 mil tipagens. Além disso, contribuímos, junto com o laboratório JRM, para alcançar mais de 40 mil doadores cadastrados no estado do Rio de Janeiro”, destaca Porto.

Segundo ele, a atividade foi além da tipagem. O laboratório ajudou a consolidar encontros nacionais de estudos de HLA e foi um dos primeiros no Brasil a adotar o sequenciamento massivo em paralelo para a tipificação. Em 2015, inaugurou ainda o setor de criopreservação, ampliando sua atuação.

“Desde o princípio, entendemos que o resultado de cada exame representa uma chance a mais para os receptores. Por isso, temos o compromisso de oferecer a melhor técnica e resultados precisos. Para nós, é motivo de orgulho fazer parte dessa rede e ver que as melhorias alcançadas pelo REDOME se refletem diretamente no nosso trabalho e, principalmente, nos pacientes”, destaca Porto.

O Brasil conta hoje com o terceiro maior registro de doadores voluntários do mundo, e isso só é possível graças à dedicação de uma liga da esperança, que inclui profissionais e laboratórios que se mantêm nos bastidores, mas sustentam a confiança de milhares de pacientes que aguardam a chance de um transplante. “O REDOME é a vitrine, mas os laboratórios são o alicerce. É dessa união que nascem histórias de vida que se renovam. E o Brasil precisa valorizar isso”, conclui Cita.