Doadora do REDOME conhece parente por acaso durante processo de doação
No período de exames e coleta, Josiane Elena Cioatto viveu episódio marcado por coincidências
Josiane Elena Cioatto viveu uma coincidência marcante durante o processo de doação de medula óssea: ao comparecer ao hospital para a coleta, encontrou por acaso o filho de uma prima, que também estava em tratamento no mesmo local. A descoberta aconteceu enquanto seus dados eram preenchidos pela equipe hospitalar.
“O atendente comentou que havia outro paciente com o mesmo sobrenome que o meu. Quando confirmei que era Cioatto igualzinho, quis saber quem era. Descobri que era o filho da minha prima! Então, nos conhecemos e nos cumprimentamos. Quando comentei com outros parentes, todos ficaram muito surpresos. Ele estava ali para uma consulta, e eu para doar medula para outra pessoa — no mesmo dia, no mesmo lugar, na mesma hora”, relata Josiane.
A coincidência chamou a atenção dos profissionais do hospital, que destacaram a singularidade do momento. “Foi uma surpresa para todos nós. Eles até comentaram que era uma história que merecia ser compartilhada”, lembra.
Doadora de sangue assídua
Josiane sempre acreditou no poder de um gesto solidário. Doadora de sangue há muitos anos, ela já carregava no coração o desejo de ir além. E um convite durante uma de suas doações de sangue foi o ponto de partida para uma história que mudaria não só sua vida, mas também a de um paciente à espera de um transplante de medula óssea.
“O desejo de trazer esperança de cura e poder salvar a vida de alguém foi o motivo pelo qual me tornei doadora de medula”, conta. O cadastro foi feito de forma simples: ao preencher seus dados para a doação de sangue, uma atendente explicou o funcionamento do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). “Ali mesmo confirmei, foi retirada uma amostra e pronto: já poderia ser doadora de medula”, conta.
Emoção no primeiro contato
Josiane se cadastrou em 2018. Anos depois, recebeu a ligação que muitos voluntários aguardam: havia compatibilidade com um paciente que precisava do transplante de medula óssea. “Foi um misto de sensações: surpresa, emoção, alegria e esperança. Eu estava sozinha em casa e não sabia se chorava, se ria, se ligava pra todo mundo. Chorei, mas de alegria”, relembra.
No entanto, o processo precisou ser interrompido temporariamente por motivos médicos. Apesar da frustração, Josiane manteve a esperança. “Falei para a atendente do REDOME que esse era um sonho meu, mas que tudo tem um momento certo. Torci para que o paciente fosse forte e corajoso. E pensei que, se me chamassem de novo, assim que estivesse liberada, eu doaria”, menciona.
O reencontro com o destino veio meses depois, e com uma surpresa ainda maior: tratava-se do mesmo paciente.
Apoio familiar
Durante todo o processo, Josiane recebeu apoio incondicional da família. “Meu esposo e meus filhos sempre me apoiaram e ficaram muito felizes e agradecidos por eu viver esse momento que tanto esperei. Minhas irmãs sempre diziam: ‘Da família toda, você foi a escolhida. Siga firme no propósito, já deu tudo certo’. Minha mãe é meu exemplo de vida e me acompanhou em tudo”, conta.
Foi da mãe, inclusive, que Josiane herdou o hábito de doar sangue. “Quando eu tinha nove anos, precisei de uma transfusão por causa de uma cirurgia de apêndice. Minha mãe repôs o sangue que usei, e ali nasceu em mim essa vontade de retribuir”, destaca.
Um convite à solidariedade
Hoje, Josiane se emociona ao relembrar cada etapa e faz questão de incentivar outras pessoas a se cadastrarem no REDOME. “Procurem informações no banco de sangue mais próximo. É um processo simples, rápido e que pode significar a esperança de vida para alguém”, reforça.
Com serenidade, Josiane resume o que aprendeu com essa vivência: “Não existe nada mais gratificante do que saber que sua doação pode ser a única chance de cura para alguém que espera o seu ‘sim’. Seja doador, seja o milagre na vida de uma pessoa”, convida.
