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Redome

10/12/2025

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Doador de medula óssea se disfarça de garçom e surpreende mulher transplantada

Encontro que viralizou na internet vira símbolo de esperança de fim de ano

Encontro de receptora com seu doador. Foto: Arquivo Pessoal

No momento em que muitas famílias se reúnem para celebrar o fim de ano, a catarinense Ritcheli Stein, de 34 anos, viveu um encontro que resume o espírito natalino: gratidão, renascimento e solidariedade. Diagnosticada com um câncer agressivo no sangue e hoje considerada curada, ela conheceu pessoalmente o jovem que salvou sua vida com uma doação de medula óssea — o mineiro Arthur Colares, estudante de Direito. Ele apareceu disfarçado de garçom e a surpreendeu oferecendo uma garrafa de suco.

Bastou um olhar. Ritcheli o reconheceu e desabou em emoção, antes do abraço. O vídeo do encontro foi publicado por ela em uma rede social e, em seguida, as imagens foram compartilhadas em outras páginas. Uma das publicações superou 4,4 milhões de visualizações em cinco dias.

O vídeo agora integra a série de histórias que o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) irá contar neste mês de dezembro.

Veja o reencontro:

Um abraço que encerra o ano com esperança

Para Ritcheli, o reencontro foi a concretização de um sonho guardado durante o tratamento, quimioterapias e dois transplantes. “Quando ele veio e ofereceu o suco, eu o reconheci na hora. Meu mundo parou. Era susto, alegria e surpresa. Ele esticou os braços e foi o abraço mais lindo de nossas vidas, o abraço de gratidão e cura”, relembra.

Ela descreve o gesto como um presente, não para ela apenas, mas para todos que sofreram com a doença junto com ela. “Foi incrível poder abraçar o responsável por me dar uma segunda chance. Ele curou não só a mim, mas toda a minha família”, destaca.

O reencontro planejado

A surpresa aconteceu em um restaurante de São Paulo, durante a festa de aniversário da sobrinha de Ritcheli. A ideia preparada pela família contou com a participação de Arthur, que topou viajar e se caracterizar para a ocasião.

“Momentos antes de eu ir ao aniversário, a minha mãe me ligou perguntando como seria e dizendo que tinha que me disfarçar para fazer uma surpresa.

Coincidentemente, o marido da Ritcheli me mandou uma mensagem perguntando se eu toparia me disfarçar, que ele iria dar um jeito de me arrumar o disfarce. Eu gostei da ideia, achei que seria divertido e que incrementaria a surpresa”, menciona Arthur.

Queda do sigilo

Após 18 meses do transplante de medula óssea, se o doador e o receptor manifestam interesse mútuo em se conhecer pessoalmente ou por mensagens, o REDOME quebra o sigilo e passa o nome e o e-mail do doador e do receptor.

“Eu já conhecia o Arthur por videochamada. Após 18 meses do meu transplante, o REDOME mandou um documento para a gente assinar e, em seguida me deram o nome completo dele e o e-mail. A partir daí, trocamos mensagens, fizemos ligações e construímos uma amizade de irmãos”, conta.

Doar é o que importa

É importante lembrar que essa história, apesar da emoção do reencontro, é antes de tudo sobre doar. A doação salva vidas independentemente da possibilidade de um encontro pessoal. O processo de quebra de sigilo tem prazos e regras, pensados para proteger tanto o doador quanto o receptor, e nem sempre um contato imediato é possível. Por isso, familiares e pacientes devem conter a ansiedade: seguir os prazos, respeitar a privacidade e aguardar os encaminhamentos oficiais é fundamental. A expectativa por um encontro não pode se sobrepor ao objetivo maior da doação, que é salvar alguém, e o tempo entre o transplante e a autorização para contato existe por razões médicas e éticas.

Viral do bem

Ritcheli diz que postou o vídeo originalmente para compartilhar o momento com quem a acompanhou durante a doença. A repercussão trouxe mensagens de carinho e muitos relatos de pessoas que decidiram se cadastrar no REDOME ao verem o reencontro.

“Recebemos mensagens de quem decidiu se cadastrar e de pacientes que enxergaram luz na escuridão. Isso mostra a possibilidade de cura e a continuidade da vida após um diagnóstico tão terrível”, afirma Ritcheli.

Doador: “Eu tinha isso como obrigação humana”

Arthur se cadastrou como doador sem saber ao certo o que o processo implicava. Quando recebeu o contato do REDOME, aceitou prontamente:
“Eu sempre pensei em ser doador porque meu corpo tem algo que outra pessoa precisa e que não vai me fazer falta. Considerava como uma obrigação enquanto ser humano”, afirma.

Ele enfatiza que o processo foi simples. “Tomei injeções por cinco dias, sem dor. Depois fui para o hospital, fiz a doação por cateter, que foi rápida e tranquila. A maior felicidade da minha vida foi ter doado”, destaca.
Ver a reação de Ritcheli e de sua família o transformou. “Sou muito grato. Isso me dá força para continuar fazendo o bem. Eu a vejo como minha irmã”, menciona.

Uma história que inspira outras neste final de ano

O REDOME vai usar histórias como a de Ritcheli e Arthur para lembrar, neste fim de ano, que o ato de se cadastrar e doar pode ser o melhor presente.

Conheça outros depoimentos.

Verdade ou mito?

A chance de encontrar um doador de medula óssea compatível é de 1 em 100 mil: fato ou fake? A médica Danielli Oliveira, coordenadora-técnica do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea, explica detalhadamente que a afirmação é falsa! Assista ao vídeo abaixo e entenda.

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