Na postagem, Joice escreveu: “No momento da mensagem do REDOME fiquei em choque, desesperada, pois quem me conhece sabe o meu medo de agulhas. Agora, percebo que ser a doadora compatível seria uma das melhores notícias que eu poderia ter. E se não for eu, espero que a pessoa encontre alguém mais compatível possível”.
Cadastro aconteceu em 2018
Tudo começou quando, aos 21 anos, Joice participou de uma campanha promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), incentivada pelo pai, que a convenceu com uma fala que ela nunca mais esqueceu: “Para você é apenas um furinho no braço, é só tirar sangue, mas para outra pessoa pode ser esperança, pode salvar a vida dela”.
Em 2025, sete anos depois, a jovem foi surpreendida com uma mensagem do REDOME, informando que havia a possibilidade de compatibilidade com um(a) paciente. O contato, feito de forma cuidadosa e respeitosa, chamou a atenção dela não apenas pelo conteúdo, mas pelo formato: antes de qualquer ligação, o REDOME envia uma mensagem por WhatsApp solicitando autorização para conversar por telefone.
Joice estava dormindo quando recebeu a mensagem e as ligações. “Quando acordei, a equipe do REDOME tinha entrado em contato com a minha mãe também. Na hora, desconfiei que fosse algum tipo de golpe, então fui confirmar no site oficial e meu pai também checou com um conhecido dele. Só depois respondi o contato”, contou.
O cuidado com a verificação reforça um ponto essencial do processo: a necessidade de manter os dados atualizados no cadastro do REDOME, inclusive o contato de pessoas próximas. Muitos possíveis doadores não são localizados porque os números registrados estão desatualizados.
Após confirmar a autenticidade do contato, Joice agendou uma nova coleta de sangue. O procedimento, que é gratuito, como todo o processo, aconteceu em um hemocentro perto de casa, e foi justamente nesse dia que ela decidiu gravar um vídeo para compartilhar a experiência nas redes sociais.
Animada, a ansiedade tomou conta da Joice. “Pensei: são até 180 dias esperando uma resposta. A ansiedade de talvez nem ser chamada de novo me consumia, e fazer o vídeo foi minha forma de processar tudo aquilo”. E completou: “A repercussão foi grande. Nunca imaginei que tanta gente fosse se interessar em se cadastrar por conta da postagem”.
A jovem ainda aguarda a confirmação final sobre a necessidade da sua doação. Mesmo sem saber se será a doadora ideal, segue torcendo pela recuperação do paciente. Mais do que isso, ela espera que seu vídeo continue estimulando outras pessoas a se cadastrarem no REDOME. “Eu queria que todo mundo soubesse a importância disso. Como meu pai me disse em 2018: para você pode ser só tirar sangue, mas para outra pessoa pode ser uma nova chance de viver”, concluiu.